Dando partida a sequencia de palestras, a coordenadora
da Unidade Força Feminina, Fernanda Priscila, ao fazer uso da palavra,
agradeceu a presença de todos, lançou a Cartilha “Terças Formativas”, fruto de
um trabalho em grupo junto às mulheres atendidas pela instituição e convidou os
palestrantes para compor a mesa.
Com o tema “Gênero e Violência”, a Professora
Doutora Márcia Tavares – Coordenadora geral do Observatório de Pesquisa da
aplicação da Lei Maria da Penha, enriqueceu aos presentes com os conceitos
sociais a cerca da palavra “gênero”, que, nas construções históricas, destacam a
mulher em condições desiguais aos homens, reproduzindo o mundo machista e
sexista.
Partindo da experiência vivenciada na Unidade Força
Feminina, da qual já fez parte, a Psicóloga Lorena Brito da Silva apresentou um
resumo da realidade da prostituição, destacando a carência de produções
teóricas sobre o tema “Pobreza e Prostituição”. Direcionado, principalmente, à
situação das mulheres no contexto de prostituição.
Encerrando o seminário, no período da manhã, a
titular da Delegacia de Apoio à Mulher, Ana Virgínia, que assumiu a posse nos
últimos dias, falou sobre o histórico dos trabalhos e das atividades atuais da
entidade. De acordo com a delegada, a DEAM atende uma média de 20 casos diários
- cerca de 600 atendimentos mensais. Ressaltou também a importância do trabalho
em parceria com outras instituições de controle social, a fim de garantir a
plena efetivação do atendimento às mulheres vítimas de violência.
No período da tarde, as convidadas: Sandra Munhoz,
do Movimento de Mulheres e Maria Lúcia, do Movimento População de Rua, Maria
Aparecida Rosangela dos Santos, Valderez de Araujo e Silva e Nilza de Castro
Oliveira, da Unidade Força Feminina mexeram com o público ao compartilharem
suas histórias de vida e de luta frente aos movimentos e aos direitos das
mulheres.
Logo após, os participantes puderam sentir a
realidade do tema do seminário. Viram e ouviram depoimentos de mulheres que
tiveram a coragem de quebrar o silêncio e expuseram a veracidade de fatos
violentos, que deixaram marcas não somente no corpo, mas, principalmente, nas
lembranças. “Fui agredida, mal tratada por um homem, que antes me tratava como
princesa, mas depois demonstrou ser um monstro”, relatou uma das mulheres,
permitindo a exibição das imagens chocantes de quando fora agredida pelo
companheiro.
O evento foi encerrado com a palestra de Izadora
Ribeiro, Assistente Social que faz parte da Rede Grupo de Trabalho da Mulher em
Situação de Violência, que destacou o trabalho em Rede, com a participação de
Rafaela Seixas, representando o SPM – Superintendência de Políticas para as
Mulheres da Bahia e de Jane Alves, representante do Conselho da Mulher.
De acordo com Fernanda Priscila, coordenadora da
Unidade Força Feminina, o evento atingiu o objetivo e superou as expectativas
do encontro. “Os depoimentos das mulheres foi o momento mais marcante. E o
compartilhamento dessas experiências, vividas por elas, já valeu a realização
deste evento”, disse.
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